Relaçao entre filosofia medieval e Ética
Foi na Grécia antiga que a Ética surgiu, assim como a Filosofia. Ambas estão intrinsicamente ligadas e muitos pesquisadores relacionam o surgimento da Ética juntamente com a Filosofia. Os gregos foram os primeiros a racionalizar as relações entre as pessoas, foram tentando limitar o comportamento com regras para permitir o melhor comportamento entre os indivíduos das sociedades. A ética deveria permitir que os indivíduos partilhassem o poder, impedindo a concentração do governo da Pólis nas mãos de um segmento da sociedade ou de um indivíduo. A Ética, portanto, ofereceu limites à liberdade, amenizando diferenças sociais e econômicas. Ela deveria fazer o sujeito se preocupar com o outro, na medida em que dividiria o poder. A questão é que, na tentativa de organizar a distribuição do poder, desvirtua o homem, corrompe a busca da felicidade coletiva em favor da ilusão hedonista individualizada. Foi então que a Ética paternalista Cristã da Idade Média organizou e sugeriu fórmulas para que o poder não corrompa o homem, assim como entendia que Deus o queria assim. Antes de qualquer coisa, a ética do cristão não será definida por sua relação com a sociedade, mas por sua relação espiritual com Deus. Dessa maneira, o cristianismo introduz duas diferenças primordiais na antiga concepção ética: Em primeiro lugar, a ideia de que a virtude se define por nossa relação com Deus e não com a cidade (a polis) nem com os outros. Nossa relação com os outros depende da qualidade de nossa relação com Deus, único mediador entre cada indivíduo e os demais. Por esse motivo, as duas virtudes cristãs primeiras e condições de todas as outras são a fé (qualidade da relação de nossa alma com Deus) e a caridade (o amor aos outros e a responsabilidade pela salvação dos outros, conforme exige a fé). As duas virtudes são privadas, isto é, são relações do indivíduo com Deus e com os outros, a partir da intimidade e da interioridade de cada