relatõrio
O crescente número de casos, que mostram atitudes violentas por parte da população, vem se tornando comum em nosso meio social. Hoje é “quase normal” a aplicabilidade da lei do Talião, ou seja: “olho por olho, dente por dente”. No entanto, esse tipo de comportamento vem trazendo consigo um convite ao debate acerca da noção de Estado, além de colocar em xeque o seu poder frente às garantias do direito à vida e a integridade das pessoas, assim como a aplicabilidade das Leis, principal ferramenta de garantia dos Direitos adquiridos por meio de um contrato social.
Deixando de reconhecer a noção de Estado, a civilização passa a retroceder no convívio social, retornando da civilização à barbárie, gerando caos, medo e angústias, dilacerando assim, as dimensões existências do sujeito em nome de uma suposta “Ordem de justiça”.
Fatores como a falta de educação, leis anêmicas, ausência de políticas públicas mais efetivas, a crescente desigualdade social e o desejo exacerbado pelo ter, reflexo do consumismo desenfreado acabam fazendo com que as pessoas criam um mundo de ilusões, gerando assim uma insatisfação pessoal e social, que tem como resultado final o sentimento de revolta e insatisfação.
Associando todos esses fatores, ao individualismo, ao medo e a instabilidade social o que temos são seres humanos mais agressivos, uma vez que não confiam mais no poder do Estado, como possíveis solucionadores dos problemas acabam por formar sua própria regra de vida perdendo a noção dos seus limites e assim se isentando de qualquer responsabilidade social frete à violência por ele cometida, pois muitos chegam a pensar que estão fazendo aquilo que o Estado deixou de fazer, mascarando assim sua revolta interior, sua insatisfação social em um suposto ato de solidariedade para com o outro.