Relatório
TA K E TI N A
"Tudo ressoa, mal se rompe o equilíbrio das coisas. As árvores e as ervas são silenciosas: se o vento as agita, elas ressoam. A água está silenciosa: o ar a move, e ela ressoa. As ondas mugem: é que algo as oprime. A cascata se precipita: é porque falta-lhe solo. O lago ferve: algo o aquece. Os metais e as pedras são mudos, mas ressoam se algo os golpeia. Assim também o homem. Se fala, é porque não pode conter-se. Se se emociona, canta. Se sofre, lamenta-se. Tudo o que sai de sua boca em forma de som se deve a um rompimento do seu equilíbrio... A palavra é o mais perfeito dos sons humanos; a literatura, por sua vez, é a mais perfeita forma de palavra. E assim, quando o equilíbrio se rompe, o céu escolhe entre os homens os que são mais sensíveis e os faz ressoarem." (Han Yu, poeta chinês)
No centro, o tambor. Ao redor as pessoas deitam-se para incorporar o ritmo e retornar ao ciclo. Em volta delas, os círculos dançantes se harmonizam. Todos cantam ao som do berimbau, batem palmas e pisam firme no chão.
Guia o cavalo para onde ele te guiar. (provérbio taoísta) Cada ser humano que encontro exibe o meu próprio rosto. Estou em toda parte, eu, o mundo ou Deus. Quando sorrio para você, estou sorrindo para mim mesmo e o mundo também sorri. Quando lhe dou um beijo, é um mesmo e único plano de experiência que se beija, curvado sobre si mesmo. —Pierre Lévy
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Pensamos que o cérebro (representante da mente no corpo) controla todo o corpo. E ampliamos esta relação interna ao macrocosmo: o eu deve, então, controlar o Outro, o mundo. Nascem dessa tentativa frustrada a desconfiança e o medo, por um lado, e o apego, por outro. Imediatamente sentimos necessidade de estabilidade, de segurança. Como um homem em cima de um cavalo, que necessita correr depressa, sem confiar no animal. Tenta controlá-lo, preso numa constante relação de medo. Ou como um peixe que precisa do rio exterior para viver, mas esse mesmo