Relatório do documentário “atlântico negro: na rota dos orixás”
Relatório do documentário “Atlântico Negro: Na rota dos Orixás”
O documentário “Atlântico Negro: Na rota dos Orixás”, foi inspirado no trabalho do professor Victor Leonardi, e é dirigido por Renato Barbieri. Tem como objetivo mostrar de que maneira o intenso tráfico negreiro ocorrido entre África e América deixou marcada a cultura de ambos os continentes.
Nos primeiros momentos do filme fica claro que aqueles que partiram para o Brasil trouxeram sua identidade, que se disseminou culturalmente através da música, da dança, dos gestos, da religião, das roupas, e ainda “[...] consideramos haver existido na Bahia uma forma “reconstruída” de identificação “étnica”, em torno da qual os diversos grupos africanos se organizaram para enfrentar de um modo muito próprio as novas condições de vida que se lhes impunha sob o regime de escravidão.” (OLIVEIRA, p. 67, 1997)
No século XVIII, todas as regiões da América portuguesa, que vai do Pará ao Rio Grande do Sul, estão envolvidas com o comércio de escravos. Até 1850, foram enviados mais de quatro milhões de africanos ao Brasil. Por isso o autor diz ser o Brasil uma nova Guiné (aqui entendida como toda a costa da África Ocidental), explicitando o processo de repovoamento colonial. Assim,
As circunstâncias históricas que marcaram a deportação dos africanos e sua escravização pesam no processo de integração dos afro-brasileiros à identidade nacional brasileira. Na verdade, os negros brasileiros estarão sempre reduzidos a se referis à identidade, portentosa no seu conteúdo, mas angustiante na sua generalidade, de origem africana. (ALENCASTRO, p. 3)
Um dos recursos utilizados para fazer alusão à similaridade entre a cultura africana e brasileira nos dias atuais foi a filmagem simultânea nos dois continentes, mais especificamente nos locais de onde saíram e onde chegaram os africanos, com ênfase em Benin na África, e nos estados da Bahia e Maranhão no Brasil.
As modificações culturais