Relatório de Coprocultura
A coprocultura é o exame bacteriológico de fezes, geralmente humanas, muito utilizado em casos de gastroenterite adulta, clinicamente representadas por diarreias e/ou vómitos. As diarreias, agudas ou crónicas, resultam da perda do equilíbrio hidroeletrolítico no lúmen intestinal e levando à produção de fezes líquidas ou pastosas, com a presença ou não sangue (Tams, 1996). Este exame auxilia o clínico na avaliação do estado do paciente e no diagnóstico da etiologia de diarreias bacterianas, por meio do isolamento de patógenos entéricos (Lima, 2001).
Os agentes etiológicos envolvidos nas diarreias infecciosas incluem muitas espécies de bactérias, vírus e protozoários, todos possuindo grande número de sorogrupos e biotipos e sendo na sua maioria transmitidos pela via fecal-oral e por alimentos (Trabulsi e Toledo, 1998; Menezes e Silva, 2008). Pelo facto da grande diversidade de microrganismos que podem estar envolvidos, é virtualmente impossível para qualquer laboratório clínico realizar um exame completo de fezes diarreicas (Instituto de Microbiologia, 2007). Portanto, os patógenos mais frequentes são investigados, dependendo da localização geográfica e da estação do ano (Menezes e Silva e Neufeld, 2006).
No entanto, quando é solicitada uma rotina de coprocultura, são procurados os agentes etiológicos mais frequentes, tais como Shigella spp., Salmonela spp. e Escherichia coli, sorotipo enteropatogénica (EPEC) e enteroinvasiva (EIEC) (Menezes e Silva e Neufeld, 2006; Menezes e Silva, 2008). Estes sorotipos de E. coli, são pesquisadas em crianças menores de 5 anos de idade e em todas as faixas etárias, respectivamente (Menezes e Silva e Neufeld, 2006).
Como agravante, as enterites, por intermédio da colonização bacteriana e destruição selectiva de células epiteliais, frequentemente, podem estar associadas a quadros clínicos de septicemia (Legeay, 2001; Menezes e Silva, 2008). Nesses casos, as manifestações clínicas e patológicas são em grande parte