Relatório de Análise

EXPERIÊNCIA DE SATISFAÇÃO

o aparelho psíquico não surge pronto e acabado; ele passa por um longo período de desenvolvimento; o organismo de um recém-nascido não é capaz de realizar a ação específica destinada a eliminar a tensão decorrente da estimulação interna; ou seja, de um acúmulo de tensão; uma necessidade interna age de forma contínua e só é eliminada pela ação específica que o recém-nascido é incapaz de executar; essa ação necessita de auxílio externo, só pode ser realizada com o auxílio de outra pessoa, suprimindo assim a tensão; a eliminação dessa tensão interna dá lugar à experiência de satisfação; esse auxílio leva o bebê a “experiência de satisfação” que põe fim ao estímulo interno; essa experiência de satisfação é acompanhada de uma percepção e daí por diante traço de memória produzido pela imagem perceptiva permanece associado à satisfação; quando surge novamente o mesmo estado de tensão produzido pela mesma necessidade, surge um impulso psíquico que procurará reinvestir a imagem do objeto e reevocar a própria percepção, uma tendência a reproduzir alucinatoriamente a experiência de satisfação; no recém-nascido o aparelho psíquico tem uma certa organização cujos esforços são dirigidos no sentido de manter-se o mais livre possível de estímulos; inicialmente o aparelho mental do bebê seria relativamente simples, homogêneo e onipresente em seu funcionamento; funciona pelo processo primário e princípio do prazer, satisfazendo as exigências das pulsões ignorando a realidade; esta possibilidade de satisfação imediata dos impulsos do recém-nascido, que descarta os limites impostos pela realidade, ocorre da seguinte forma: a primeira obtenção de uma satisfação ocasional, através de um impulso qualquer, deixa uma marca no aparelho psíquico do bebê, sob a forma de traço mnêmico; quando novamente o aparelho psíquico for perturbado por uma excitação interna, o recém-nascido alcançará satisfação imediata por meio de uma alucinação. Esta