Relatorios
INTRODUÇÃO
As cores pertencem ao nosso cotidiano, e passam muitas das vezes despercebidas, mas desde a origem da civilização os humanos vêm tentando reproduzir as cores presentes na natureza, seja por estética ou por questões puramente funcionais. Tecidos, penas, cabelos, alimentos, papel e muitos outros materiais possuem uma grande variedade de cores, e na maioria desses elementos elas foram conferidas com a ajuda de um produto da síntese orgânica, os corantes. Ao contrário dos pigmentos, que também realizam a função de tingir, os corantes possuem a propriedade de serem solúveis no meio em que são aplicados, e devem se fixar uniforme e irreversivelmente ao substrato, sendo resistentes a lavagem, oxidação do ar, exposição à luz intensa, etc. Antes do séc. XIX, a maioria dos corantes utilizados era obtida de fontes naturais, de origem principalmente vegetal. Estes corantes não eram muito funcionais, pois careciam de brilho, boa fixação e graduações de cor. Porém, em 1856, o químico William Perkin tentou preparar o alcaloide quinina em seu laboratório, e seu experimento por acaso resulta no primeiro corante sintético, a mauveína. A partir deste evento, muitos outros corantes foram sintetizados, tomando o lugar dos corantes naturais quase que completamente. Uma das classes de corantes mais versáteis de serem sintetizados é a classe dos corantes que são compostos azo, caracterizados pela presença do grupo funcional A-N=N-B, onde A e B são sistemas insaturados arilas ou alquilas. Estes sistemas possuem elétrons altamente deslocalizados, gerados pelas conjugações na molécula, e é esta deslocalização que confere as cores aos corantes, quando, ao receber energia, os elétrons transitam entre orbitais. Assim, o extenso sistema de conjugação do composto faz com que este absorva parte da luz na região do visível, sendo a parte não absorvida vista pelos seres humanos. Os compostos azo são produzidos pela