Relatorio
A Cannabis está entre as plantas mais antigas cultivadas pelo homem. As primeiras evidências do uso foram encontradas na China por volta de 4000 a.C. Os chineses usavam a planta com diversos fins:
- medicinal: no tratamento de dores reumáticas, constipação intestinal, desordens do aparelho reprodutor feminino e até malária. Algumas vezes a planta era usada com vinho em anestesias nas cirurgias;
- fibras têxteis: obtidas do caule, as fibras eram usadas na fabricação de fios, cordas, tecidos e até do papel;
- alimento: os frutos da Cannabis são pequenos com casca dura e contém apenas uma semente. Alguns médicos chineses usavam a semente como laxante. Hoje, sabe-se que a semente é destituída do ativo psicoativo, contendo principalmente ácidos graxos e proteínas. No entanto, em algumas partes do Nepal ainda se usam a semente na fabricação do óleo e, em alguns lugares da Índia, é usada em preparações dermatológicas.
A Cannabis difundiu-se para a Índia, Oriente Médio e Europa nos fins do século XVIII e início do século XIX, passando pela África e atingindo as Américas, onde foi introduzida por escravos negros trazidos por Vasco da Gama.
Entre as espécies do gênero, a mais cultivada e conhecida é a sativa. Trata-se de uma planta arbustiva, que pode atingir até 2,5 m de altura e não requer cuidados especiais de cultivo. Foi Carolus Linnaeus (botânico), em 1953, que descreveu e caracterizou a planta Cannabis sativa. O nome popular maconha é derivado de uma tribo angolana, que atribuía à planta um caráter místico e religioso, chamando-a de erva santa (ou maconha).
A primeira referência da maconha como droga psicoativa está na mais antiga farmacopéia o pen-ts´ao ching: “... ma-fen (o fruto da Cannabis)... se tomado em excesso pode produzir visão de demônios... por um tempo prolongado faz a pessoa comunicar-se com os espíritos...”
Na Índia, a planta foi amplamente usada em rituais religiosos, sendo