RELATORIO PSICOLOGIA MÉDICA
Histórico
A história da psiquiatria no Brasil perpassa por um jogo de interesses políticos que muitas vezes segue em paralelo com a saúde e o verdadeiro bem estar social. Ele serve a uma classe que se diz dominar o saber e a outra que visa dominar uma sociedade, unidas, buscam um bem estar social controverso.
Nossa história oligárquica se reflete claramente no processo de desenvolvimento da nossa psiquiatria, que começa a agir em um momento de medo e apreensão vivido por nossa elite. O medo de se misturar com os negros e ter sua vida “invadida” por eles, por seus hábitos, seus comportamentos e até sua genética, levou ao ideal de sociedade limpa e saudável baseada na manutenção dos comportamentos “brancos”. A opressão dos pobres e excluídos ganhou nova forma e o apoio da Medicina, agora pelo bem da saúde de “todos”, era necessário excluir aqueles que se comportavam de maneira diferente da imposta pela classe branca e que traziam consigo uma genética ruim, genética de bêbado, de arruaceiro, de louco, de degenerado. Os negros eram objetos de estudos, a fonte de doenças e da loucura, deveriam ser excluídos. Para isso eram acolhidos em asilos, ali não fariam mal às pessoas de bons costumes, estariam presos e fora do alcance da sociedade normal e valorizada.
A Liga Brasileira de Higiene Mental surge com intenção de melhorar a assistência aos loucos e tornar o tratamento mais humanizado, no entanto, a idéia de eugenia ainda era vigente, e o foco dos tratamento psiquiátrico ainda não era o doente, mas sim proteger a sociedade das agressões morais desses tais doentes.
Os manicômios então surgiram com o objetivo de acolher degenerados, pessoas que não se adequavam as regras políticas e sociais da época, dentre eles estavam os loucos, alcoólatras, órfãos, moças desonradas, arruaceiros, mendigos. Esses eram uma ameaça aos bons costumes e à ordem social e política.
Acompanhando nossa história política, a psiquiatria