Relatorio da apologia de socrates
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho
Nasceu em 19 de abril de 1886 em Recife, Pernambuco, o poeta clássico do modernismo. Aos 27 anos, viajou à Suíça para tratar uma tuberculose e, levado pela perspectiva da morte, passou a fazer poesia “para de certo modo iludir o sentimento de vazia inutilidade”, como dizia. Seu primeiro livro, A cinza das horas, surgiu em 1917 e foi bem recebido pela crítica. Em seguida, lançou Carnaval (1919), cujo primeiro verso dizia: “Quero beber, cantar asneiras”. Um crítico da época escreveu: “o sr. Manuel Bandeira conseguiu plenamente o que queria”. O comentário arrancou gargalhadas do poeta. Ritmo absoluto(1924) é a obra que marca sua transição da poesia tradicional para a modernista. Mas foi em Libertinagem (1930) que o poeta se apresentou em sua feição definitiva. Entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1940. É vasta sua obra, tanto em poesia: Estrela da manhã (1936), Poesias completas (1948), Mafuá do malungo (1948), Estrela da tarde (1958) etc., quanto em prosa: Crônicas da província do Brasil (1936), A autoria das cartas chilenas (1940), Noções de histórias das literaturas (1944), Literatura hispano-americana (1949), Itinerário de Pasárgada (1954), Flauta de papel (1956) etc. Em 1958, sua obra completa (poesia e prosa) foi lançada pela Editora Aguilar. Em 1981, Ivan Junqueira publicou uma crítica literária e antologia definitiva de Manuel Bandeira, reeditada em 2003: Testamento de Pasárgada. Quando Bandeira completou 80 anos, em 1966, a Editora José Olympio lançou sua obra poética reunida: Estrela da vida inteira. Faleceu em 13 de outubro de 1968.
Pasárgada: a poesia das coisas mais simples
Quando Manuel Bandeira morreu, em outubro de 1968, um jornal dedicou-lhe a manchete Bandeira, enfim, Pasárgada! em referência ao seu mais conhecido poema - Vou-me embora pra Pasárgada. Neste poema o poeta evoca a vida que poderia ter sido e que não foi, uma espécie de paraíso pessoal, lugar de sonhos e