Relato pessoal
4.461 semanas de suor
Catarinense recebe o título de funcionário com maior tempo de registro em uma empresa
Resumo Aos 90 anos, o catarinense Walter Orthmann só tem um registro em sua carteira de trabalho: desde os 15, ele nunca mudou de empresa nem parou de trabalhar. Na semana passada, ele recebeu o título de funcionário com o maior tempo de registro trabalhista em uma só empresa, pelo "RankBrasil", o livro dos recordes brasileiro. Agora, seus colegas planejam reivindicar o mesmo registro no "Guinness".
Hoje [ontem] estou em São Paulo. Na segunda vou para o Rio e, depois do Carnaval, fico três semanas no Nordeste. Viajo um terço do ano, como gerente de vendas, uma mala de amostras na mão e a minha, de roupas, na outra. Preciso visitar meus clientes. Já estou com 90 anos. Na semana passada, quebrei meu próprio recorde pelo maior tempo de trabalho em uma única empresa: 75 anos. Nunca pensei em parar. Quando comecei, em 17 de janeiro de 1938, o meu salário era em réis. Desde então, já passei por oito moedas diferentes. Na minha carteira, o meu salário é na casa dos milhões. Hoje, não vale nada [ri].
História Eu tinha 15 anos quando fui com minha mãe pedir um emprego na RenauxView [ex-Indústrias Têxteis Renaux]. Batemos na porta e, em seguida, um diretor nos atendeu e disse que eu poderia começar na segunda. Meu primeiro cargo foi como auxiliar de expedição. Era das 6h às 18h, mas parava ao meio-dia. Enrolava tecidos, escrevia nas etiquetas. À noite, eu estudava datilografia. Depois fui trabalhar como estafeta, o que chamam de office-boy. Naquela época tudo era feito em dinheiro vivo, que buscava para pagar aos operários. Ia com minha própria bicicleta até o banco. Meu cargo seguinte foi em faturamento. Quando comecei, fazia tudo a mão. Não tinha máquina de calcular. Em 1955, o diretor achou que eu deveria viajar e conhecer clientes. Na minha primeira viagem, fechei uma venda para as Casas