Relato de experiencia

Relato de experiência Acadêmica: Andressa Christiny do Carmo Batista Esta atividade foi muito angustiante e complicada. Tive muito medo. Logo que coloquei a venda eu fiquei desesperada. Não conseguia me concentrar, não conseguia ouvir e tinha certeza que o próximo segundo seria fatal. Parecia que eu estava o tempo todo na beira da rua, os barulhos dos carros me assustavam muito. Em um determinado momento me bati de frente com um poste de ferro. O engraçado é que ao invés de ficar mais desesperada isso me fez ficar mais atenta, porque até então eu estava confiando em minha guia e a partir desse momento eu me senti muito sozinha. Comecei a ouvir mais e a partir disso eu me situei mais. Sabia onde eu estava, e como eu ia a frente do restante do meu grupo, eu me sentia de certa forma responsável pelos restantes dos cegos também. Subir para o ônibus não foi difícil porque já estou acostumada a isso, mas o melhor foi poder ouvir a voz de pessoas conhecidas dentro do ônibus da UFAC. Quando chegamos na UFAC fiquei tranquila pois é um espaço que já conheço. As diferenças de luz e escuridão me diziam onde eu estava. Fomos até a biblioteca, pois eu tinha que devolver um livro. Foi difícil porque eu não sabia qual dos livros que eu levava era o certo a devolver. Acho importante ressaltar que a guia se saiu maravilhosamente bem, visto que ela sozinha conseguiu filmar, fotografar e guiar cinco cegos. Acredito que o mérito do trabalho é todo dela, que apesar de estar quase tão desesperada como nós, conseguiu se colocar no nosso lugar e nos guiar com toda a segurança, mesmo atravessando largas ruas de mão dupla, como a em frente ao Estádio Rio