Reichstag e Pinacoteca
Reischstag de Berlim e Pinacoteca de São Paulo, obras construídas na mesma época, com o mesmo estilo, com o mesmo destino, mas com o programa e em países consideravelmente distantes.
As duas obras seguem o mesmo estilo, neoclássico, com frontões triangulares, fachada simétrica, uso de cúpulas e pórticos colunados.
Enquanto a Pinacoteca abrigaria o Liceu de Artes e Ofícios, ou seja, uma instituição de ensino, possuía salas organizadas ao redor de pátios internos (bastante implantado, na época, para iluminação e ventilação no interior da edificação) e de um octógono central que apoiaria uma cúpula (nunca construída), assim como no Reischstag , onde as salas são organizadas ao redor de dois pátios e o plenário no centro, na qual, era coberto por uma cúpula de aço e vidro, uma inovação industrial para a época, diferentemente da Pinacoteca, que exibe o cenário brasileiro do final século XIX, onde enfrentava a transição entre a mão de obra escrava para a européia e utilizava matérias primas abundantes, como o tijolo de barro, nunca coberto por falta de recursos.
Foram reféns de conflitos marcantes para o seu território, na qual, a recuperação fez-se necessária, sem que a história fosse apagada totalmente e sim fizesse parte da que se iniciaria a partir da reforma.
Reischstag partiu de uma reconstrução que modificou sem nenhuma preocupação as marcas deixadas pela guerra, escondendo tudo sob novos revestimentos. Posteriormente, com o trabalho de Norman Foster, manteve a sua forma externa e o seu interior foi totalmente reformulado para abrigar o novo conceito do edifício, a transparência e a preocupação com o meio ambiente, exercidos pela nova cúpula e as vedações internas em vidro.
Já a Pinacoteca passou por uma recuperação em 1970, com a reconstrução do porão, execução do revestimento no pórtico na entrada, cobertura com vidro no octógono central e recuperação de um salão nos fundos, transformações realizadas apenas para tornar o uso viável