REICH - Formação do caráter
Couraça do caráter e resistência de caráter
a) A incapacidade de seguir a regra básica
Uma condição prévia da análise é a eliminação da dificuldade que o paciente tem de confiar no analista e deixar ser analisado pelo mesmo. Isso se tornaria fácil se não fosse o caráter do paciente. É conhecida como “barreira narcísica”. Há duas maneiras de se chegar a essas dificuldades:
1. O analista procura convencer o paciente da necessidade de ser franco e honesto em análise; essa aproximação é incerta, depende de contingências incontroláveis e falta-lhe base segura.
2. Não se aplica a todos os pacientes; no entanto é muito mais seguro. Trata-se de procurar substituir as medidas instrutivas por interpretações analíticas. O analista assume uma atitude mais passiva e tenta obter uma compreensão do significado atual de seu comportamento (p. 53).
Dessa forma surgiu o método de análise do caráter.
Resistências do caráter: designa um grupo particular de resistências que encontramos no tratamento dos nossos pacientes.
A forma das reações do ego, que são diferentes de um caráter para o outro mesmo quando os conteúdos das experiências são semelhantes, podem ser remontados às experiências infantis.
b) De onde provêm as resistências do caráter
Começou com Glover e Alexander que se empenharam na distinção entre neuroses de caráter e neuroses sintomáticas. A neurose sintomática esta sempre enraizada num caráter neurótico, então estamos lidando com resistências que são manifestações de um caráter neurótico.
O caráter neurótico, base de reações para a neurose sintomática, se forma na época em que a fase do complexo de Édipo termina.
Percepção da doença: a falta de percepção da doença é uma indicação da neurose de caráter. Quando o caráter neurótico se exacerba sintomaticamente é que uma pessoa sente que esta doente.
A percepção da doença indica um sintoma neurótico, enquanto a falta dela aponta para um traço de caráter neurótico.