Regras Ticas
Coisa” que não se ensina são todas aquelas que, inerentes à espécie, desenvolvem-se pelo instinto. Dessa maneira, não se ensina, por exemplo, uma criança a respirar, a mamar e tudo mais que surgirá em seu processo de desenvolvimento. Quanto ao mais, é essencial que tudo se ensine. Reclama-se muito do fato de os jovens da atualidade não “terem respeito pelos mais velhos” e “não respeitarem nem a si próprios” e protesta-se pela ausência do culto a valores que sempre marcaram as gerações e que, quase de um dia para o outro, parecem ter se perdido. Esses protestos podem ser justos e coerentes, mas, se os valores pelos quais sempre se reclama não são ensinados (e geralmente não o são) e não são produtos instintivos do desenvolvimento humano (e, certamente, também não o são), torna-se necessário e imperioso que eles sejam ensinados pelos pais, pela televisão, pelos amigos, pelo cinema e pela mídia. Contudo, se esses veículos não ensinam ou ensinam mal, cabe à escola e, portanto, aos professores fazê-lo. Mas, fazê-los como? De que forma será possível ensinar regras éticas ou princípios morais sem que esse assunto seja considerado “careta”, pois, por ser visto como “chato”, ele não é apreendido?
É evidente que o ensino de regras éticas não pode ser ministrado como se transmite informações referentes às Capitanias Hereditárias ou qualquer outro tema de um programa escolar, por exemplo. Ensinar regras éticas supondo alunos imobilizados em sua carteira e restritos em seus pensamentos é, efetivamente, perder tempo e garantir que nada do que se mostrou ficará. Assim, um primeiro passo para o ensino de regras éticas é utilizar-se de estratégias de ensino mais vivas e, portanto, dinâmicas, estruturando-as por meio de perguntas intrigantes que propiciem o debate, analisando-as em “estudos de casos” interessantes, extraídos das novelas que se vê, das notícias que os jornais comentam, dos debates que se insurgem ou da polêmica que este