Regras do Método Sociológico

Introdução
Para resolver o facto de muitos sociólogos não definirem o método que aplicam para o estudo dos factos sociais, Émile Durkheim escreveu o livro “As regras do Método Sociológico” para uma melhor compreensão dos problemas que devem ser levantados na observação, nas pesquisas sociológicas e para uma melhor orientação nas práticas de construção do conhecimento, tentando assim dar uma maior credibilidade à sociologia como uma ciência rigorosa. É sobre esta obra que recai a recensão crítica seguinte.
Palavras-chave: causalidade; coerção; factos sociais;
Recensão Crítica Capitulo I: O que é um facto social?
Para começar Durkheim tentou esclarecer o que é um facto social, pois são todos aqueles fenómenos que ocorrem na sociedade com interesse a ser estudado pelo social, que se distinguem dos estudados pelas ciências naturais. São todas aquelas formas de agir, pensar e sentir exteriores ao individuo, fazem parte das práticas já existentes pelos quais estes se guiam “se existiam antes é porque existem fora deles.” (Durkheim,1998,30). Os comportamentos já presentes na sociedade impõem-se de uma forma coerciva e imperativa sendo esta ou não a sua vontade, como por exemplo, a educação que é dada às crianças não deixando que esta aja de livre vontade, a sociedade faz pressão e tenta moldá-la.
Como afirma Durkheim no seu livro “Um pensamento comum a todas as consciências particulares, ou um movimento repetido por todos os indivíduos, não são por isso factos sociais.”(Durkheim,1998,33), esta afirmação é verdadeira, pois um facto social não se trata da individualidade de cada individuo nem de acontecimentos particulares que podem influenciar e desconcentrar da sua verdadeira finalidade. Sendo um pensamento comum e repetido por todos, passado de boca em boca através da educação, perde a sua validade porque não se baseia nas crenças, tendências e práticas do coletivo. Não deixa ver a natureza do facto, há que o isolar para ver a sua pureza enquanto facto social.