Refutando o gnosticismo
As epístolas de João tem por finalidade, expressamente declarada, expor e refutar as idéias errôneas do gnosticismo. João explica que embora os falsos profetas estivessem todo o tempo no nosso meio como se fossem autênticos cristãos eles não permaneceriam enganando-nos por muito tempo, logo sairiam: “Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.”(I Jo 2:19). João trata do problema cristológico levantado pelos falsos profetas que negavam a encarnação de Jesus. Há nesta afirmação forte evidência que o docetismo, linha de pensamento do gnosticismo, tenha sido uma heresia que ele estava combatendo, visto que o autor confirma a doutrina de que Jesus Cristo é humano e divino e que é filho de Deus. Os falsos profetas recusavam-se a confessar que Jesus tinha vindo em carne (I Jo. 4:2,3 e II Jo: 7). Eles negavam que Jesus é o Cristo (I Jo.2:22). De sorte que Cristo não poderia jamais ter vindo em forma humana. João combate estas heresias exortando os cristãos a permaneceram firmes na verdade que ouviram desde o princípio: “Portanto, o que desde o princípio ouvistes, permaneça em vós.” (I Jo. 2:24). O princípio doutrinário implícito na expressão “O que desde o princípio ouviste”. É que os cristãos deveriam permanecer firmes nos fundamentos e doutrinas apostólicas, e não se deixar enganar pelos ensinos novos que distorciam e divergiam dos ensinos doutrinários dos apóstolos (At. 2:42). João combateu tais ensinos deixando claro a encarnação, morte e ressurreição de Jesus. (I Jo. 1:1, 2, 2:22, 4:2).
REFERÊNCIAS :
STOTT, John R. W.I, II e III João Comentário, Vida Nova, 2008.
Bíblia Sagrada, JFA, Sociedade Bíblica do Brasil, Brasília, 1969.
Por Diego David Silva Matassoli