Reforma psiquiatria no brasil
O processo de reforma psiquiátrica iniciou-se nos anos 60, como um movimento que contestava a perspectiva medicalizante da doença mental, envolvendo propostas alternativas em relação aos manicômios. O chamado movimento anti-psiquiátrico percorreu vários países, com o intuito de dissolver a barreira entre assistentes e assistidos, abolir a reclusão e repressão imposto ao paciente e promover a liberdade com responsabilidade dos pacientes, sendo que tais propósitos incluíam, ainda a prática de discussão em grupo, envolvendo uma postura essencialmente interdisciplinar. Sendo que tal perspectiva foi desenvolvida em oposição ao reducionismo positivista, que percebia o fenômeno da doença mental como um fenômeno que se manifesta no nível biológico, em prejuízo das noções de ser, de existência e de integridade dos seres humanos. No Brasil, a criação do SUS, em sintonia com a constituição de 1988, recomenda universalização do acesso aos serviços de saúde, a integralidade da atenção, a equidade e a hierarquização dos serviços, em um contexto descentralizado e municipalizado. Assim como o SUS, a reforma psiquiátrica no Brasil consistiu em um processo que incluiu movimentos sociais e políticos, que desconstruíram tanto os conceitos de saúde em geral, como os de práticas em psiquiatria, em particular. Em relação ao fenômeno da desospitalização, surgem novos serviços, denominados de CAPS e hospitais Dia. Os serviços são caracterizados como estruturas intermediárias entre a internação integral e a vida comunitária, são impulsionados pelos projetos de reforma psiquiátrica, que vem sendo implementados em grande parte dos Estados Brasileiros. Segundo o ministério da Saúde, a prevalência de transtornos mentais na população está em torno de 21,4%. Tais transtornos ocorrem de acordo com a seguinte distribuição: os severos e persistentes, que necessitam de atendimento contínuo estão em torno de 3%, os graves, decorrentes do uso