Refleções sobre a educação da escola de tempo integral
Claudia de Barros Camargo[1]
Repensar a escola e as suas articulações se constitui em um imperativo atual e de complexas relações, como nos lembra Dominique Julia, importante pesquisador e especialista em história da educação na época moderna.
Neste aspecto, os temas que a discussão da educação pública nos evoca, a formulação de concepções de uma educação integral, herdeira da corrente pedagógica escolanovista, conforme assinala Ana Maria Cavaliere (2002), tem ocupado importante espaço, nos últimos anos, na agenda dos debates sobre educação e está associada à formulação de uma escola de tempo integral, especificamente a partir dos anos 1980, nas discussões sobre a experiência de implantação dos CIEPsi no Rio de Janeiro.
Que o movimento reformador, do início do século XX, refletia a necessidade de se reencontrar a vocação da escola na sociedade urbana de massas, industrializada e democrática. De modo geral, para a corrente pedagógica escolanovista, a reformulação da escola esteve associada à valorização da atividade ou experiênciaem sua prática cotidiana. [...] Uma série de experiências educacionais escolanovistas desenvolvidas em várias partes do mundo, durante todo o século XX, tinham (sic) algumas das características básicas que poderiam ser consideradas constituidoras de uma concepção de escola de educação integral (CAVALIERE, 2002, p. 251, grifo nosso).
A proposta estadual apresenta a ampliação da jornada, com uma nova grade curricular, a ser desenvolvida a partir das próprias unidades escolares, implicando um aumento do número de docentes para o desenvolvimento de oficinas curriculares.
Também podemos verificar propostas implantadas em diversos outros municípios e estados, de escolas de ensino fundamental, com jornadas ampliadas — tempo integral — e propostas de educação integral em que ações socioeducativas, complementares à aprendizagem de