Reflexões a partir dos Textos: Burocracia e Teoria de Currículo e Os princípios de Tyler
Karla Lucia Bento
Kliebard traz no primeiro texto a perspectiva histórica da produção discursiva sobre Currículo produzida sob influência de Taylor e amplamente difundida por Bobbit. Se tomarmos a definição de teoria trazida por Silva (2007) veremos materializado no discurso de Bobbitt o currículo como modelo burocrático, baseado nas técnicas de administração científica, cujo objetivo é o de moldar o ser humano para desempenhar eficientemente um papel para o qual estava predestinado.
Ao discutir os princípios de Tyler, observa-se que a racionalidade é o guia efetivo na construção do currículo, cuja função é ajudar a escola a cumprir o seu papel de garantir que as pessoas se ajustem à sociedade, ou seja, se tornem o que é necessário para a manutenção do status quo vigente.
Na visão de Taylor, o ser humano é movido, motivado pela perspectiva de aumentar o lucro, de ganhar mais em menos tempo, não importando os sacrifícios que isso possa acarretar. Quando Bobbitt incorpora ao currículo a teoria da administração científica, a escola se concretiza e se molda como a linha de produção da indústria, cujo objetivo não é outro senão o de otimizar recursos para obter o melhor produto. A previsibilidade, a predeterminação, a antecipação daquilo que se espera ao final do processo vão contribuindo para a desumanização da educação.
O mesmo se percebe nos princípios estabelecidos por Tyler, cujo arranjo curricular deve partir dos objetivos educacionais, como se estes precedessem todo o processo relativo à aquisição e elaboração do conhecimento. A partir dos objetivos educacionais é que se determina, na visão de Tyler, o que e como fazer.
A escola que conhecemos e da qual muitos de nós (possivelmente a maioria) somos resultado, vem mantendo essa concepção, mesmo que discursivamente apresente no seu projeto pedagógico expressões como ‘educação para a autonomia e cidadania’. O modelo da