Reflexões do poeta-lusíadas
Canto I - Reflexão sobre a fragilidade da condição humana
As traições e perigos a que os navegadores estão sujeitos justificam o desabafo do poeta sobre a fragilidade da condição humana, que submete o Homem a inúmeros e permanentes perigos.
Não será por acaso que esta reflexão surge no final do Canto I, quando o herói ainda tem um longo e penoso caminho a percorrer. Ver-se-á, no Canto X, até onde a ousadia, a coragem e o desejo de ir sempre mais além podem levar o "bicho da terra tão pequeno", tão dependente da fragilidade da sua condição humana.
Canto V - Crítica à falta de cultura e de apreço pelos poetas que os Portugueses revelam
O poeta começa por mostrar como o canto e o louvor incitam à realização dos feitos heroicos; dá em seguida exemplos do apreço que os antigos heróis gregos e romanos tinham pelos seus poetas e da importância que davam ao conhecimento e à cultura, conciliando as armas com o saber.
Não é, infelizmente, o que se passa com os portugueses, que não dão valor aos seus poetas, porque não têm cultura para os conhecer. Ora, não se pode amar o que não se conhece, e a falta de cultura dos heróis nacionais é responsável pela indiferença que manifestam pela divulgação dos seus feitos, e, se não tiverem poetas que os cantem, serão esquecidos. Apesar disso, o poeta, movido pelo amor da Pátria, reitera o seu propósito de continuar a engrandecer, com os seus versos, as "grandes obras" realizadas.
Manifesta, desta forma, a vertente crítica e pedagógica da sua epopeia, na defesa da realização plena do Homem, em todas as suas capacidades.
Canto VI - Reflexão sobre o verdadeiro e árduo caminho da fama e da glória
Continuando a exercer a sua função pedagógica, o poeta defende um novo conceito de nobreza, espelho do modelo da virtude renascentista. Segundo este modelo, a fama e a imortalidade, o prestígio e o poder adquirem-se pelo esforço - na batalha ou enfrentando os elementos, sacrificando o corpo e sofrendo pela