Reflexão

PENSO, LOGO DUVIDO.

A partir de Descartes (Je pense, dont je suis) inferimos a nossa própria existência. Mas a circunstância desta existência está repleta de dúvidas. O universo, que outrora o homem acreditava criado por Deus, sabe agora ter se originado numa grande explosão, o Big Bang! A teoria do Big Bang começou com John Goodricke decifrando a variação do brilho das cefeidas. Prosseguiu com Georges Lemaître ao publicar sua cosmologia do universo defendendo o distanciamento entre as galáxias a partir de uma grande explosão. E, restou aceita, quando Edwin Hubble confirmou, através de medições, que as galáxias estão mesmo cada vez mais distantes uma das outras e em velocidade crescente. E, se as galáxias se afastam, é porque tiveram um ponto de partida. Portanto, temos uma razoável teoria sobre a origem do universo, mas não temos nenhuma sobre o ato da criação: o que existia antes do Big Bang ?

Ademais, as dúvidas não se resumem apenas à origem do universo; ocorrem também em relação à origem da vida na terra. A vida, que decartianamente sabemos tê-la, apareceu na terra em algum ponto ainda não determinado no tempo e no espaço. Darwin demonstrou a evolução das espécies através da seleção natural. Mendel, que esta seleção se dá através da transmissão de caracteres genéticos. Mais recentemente, graças à descoberta do código genético pelos biólogos Francis Crick (inglês) e James Watson (americano), nos anos 50, compreendemos as leis da hereditariedade. Posteriormente ficamos sabendo que todos os seres vivos são mais ou menos dotados do mesmo código genético, o que nos remete a uma herança comum de uma célula original. Sabemos também que nossos genes não são reprodutores perfeitos: há constantes erros de cópia - fato que, de um lado, explica as diferenças de código genético e, de outro, que a evolução natural não se rege por mero determinismo biológico. Todavia, resta saber se os genes teriam capacidade de incorporar informações externas