Reflexão feita a partir da palestra de direitos humanos
Resolvi abordar o tema por uma perspectiva artística relacionando os anos de chumbo com questões significativas para mim.
Começo me aventurando por "1968 o ano que não acabou" Por quê ?
Este foi e é um ano bastante significativo para todos nós brasileiros, mas especialmente para mim que nasci neste dia. E apesar de ser um período de muita repressão, uma censura forte e perversa nos veículos de comunicação e nos meios artísticos, onde artista eram espancados como por exemplo a Zezé Mota ( declara em uma entrevista na revista de direitos humanos)que na estréia de sua peça de teatro por nome Roda viva, milicos invadiram o camarim após a apresentação e espancaram vários atores, eram exilados como traidores " Brasil ame-o ou deixe-o " ou eram torturados de forma cruel até a morte e desapareciam com seus corpos privando seus familiares de chorar a morte de seus entes queridos.
Porém justamente diante deste cenário histórico- cultural que a arte mais floriu e se expandiu em todos os espaços, divulgando, denunciando, ( mesmo que fosse nas entrelinhas) contagiando diversos corações.
No meu caso fui tocada por esta atmosfera através da música, pois saber alguma coisa sobre ditadura eu não sabia nada .(como a maioria dos brasileiros)
Não recebi uma educação familiar politizada, mas hoje quando recordo-me de minha postura diante de algumas situações vividas, percebo que havia sim articulações políticas em minhas atitudes e isso se deu graças a estas canções, ao futebol arte, onde a ditadura tentou usar a vitória de 70 a seu favor (mas, não importa). Foi a soma de tudo isso que inspirou em minha formação um sentimento de luta por igualdades, liberdade, justiça.
Anos depois quando comecei a conhecer partes destes tempos sombrios, desses dramas senti algo tão forte, uma saudade, uma angústia, uma identificação com essas pessoas com a moda, com a beleza, com os amores.
Era como se eu estivesse recordando algo