Reflexão do filme Cria Cuervos
Ela vive com suas irmãs, Irene (mais velha) e Maite (mais nova), crianças também e que e assim como Ana se vêm obrigadas a lidar com sofrimentos e perdas. Entretanto, reagem de uma forma diferente da de Ana e mais próxima do esperado – comum.
Seu profundo apego a mãe, uma mulher amorosa, mas que não poupou Ana de assistir seus maus momentos, fez com que criasse uma maturidade distorcida (uma vez que não prevê consequências reais para os seus atos) a fim de vingar o sofrimento dela e sua perda. Ana enfrenta o luto por meio da recriação imaginária da convivência com a mãe, que, no entanto é só lembrança. E quando se sente vulnerável, tanta fugir ouvindo uma música bem alta – Porque Te Vas? De Julieta Venegas.
Assim, a partir de uma coincidência dramática, Ana acredita ter matado o seu pai e sente-se satisfeita com o feito. Meticulosamente, elimina as possíveis “provas” contra ela e vai sendo dominada por uma onipotência que a faz ver na morte a solução para todo e qualquer problema que surge. É como se ela pudesse controlar quem vive e quem morre.
Com os pais mortos, Ana e suas irmãs passam a viver com a tia, a antiga empregada da casa de seus pais e sua avó (uma senhora debilitada, que não fala e requer atenção especial), pessoas despreparadas para o bom cuidado infantil e com pouca sensibilidade quanto ao que deve ser dito ou não a uma criança nas dadas condições – escancarando seus pensamentos cheios de malícia e seus conflitos pessoais.
Pensando no contexto clinico, no psicodiagnóstico interventivo, e relacionando-o ao filme, inicialmente podemos identificar a importância da narrativa e da forma como o narrador conduz a história. O filme vem sobre a perspectiva da própria Ana – já