Reestruturação do Capital no Pais
A constituição e o reconhecimento formal da Comissão de Fábrica (CF) dos Trabalhadores na Mercedes-Benz, em 1985, ocorre após inúmeras manifestações e greves (entretanto, a negociação e acordo quanto ao seu estatuto ocorreu em 1984).
Já em 1992, em meio às discussões da Câmara Setorial do Complexo Automotivo, a empresa apresenta seu projeto de reestruturação, denominado de Fábrica 2000, que visava, através da segmentação da planta em 5 unidades de negócios[7], obter ganhos significativos de competitividade, utilizando para tal algumas transformações em sua forma de organizar a produção e o trabalho, na relação com seus fornecedores, e na sua gestão.
Para se contrapor ao projeto da empresa, o Sindicato e a CF apresentaram à empresa seu projeto Qualidade de Vida no Trabalho na Mercedes-Benz: As Propostas dos Trabalhadores, visando a correspondente valorização dos trabalhadores no âmbito da Fábrica 2000.
Estas propostas enfatizavam os seguintes aspectos: benefícios sociais, condições de trabalho, jornada de trabalho, estrutura de cargos e salários, participação nos lucros ou resultados, metas de produção, emprego e investimentos, procedimentos disciplinares, mediação e arbitragem, representação na fábrica, processo de organização do trabalho e educação/formação profissional.
Este conjunto de propostas, além de servirem de base para a proposta de Contrato Coletivo apresentada pelo Sindicato ao SINFAVEA, consolidou uma agenda de negociação entre empresa e CF/Sindicato, resultando na formalização dos seguintes acordos: logística (dez/93), desverticalização/terceirização (abr/94), manufatura celular (mar/94), kaizen (fev/95), trabalho em grupo (mar/95) e participação nos resultados (jun/95).
Especificamente quanto ao trabalho em grupo, as propostas apresentadas pelos trabalhadores apoiavam-se na concepção da Escola Sócio-Técnica, tendo como objeto de negociação a implantação de Grupos Semi-Autônomos de