reerere

Os espectros da morte.

Enquanto os últimos resquícios de vida se esvaiam de meu corpo, sentia o frio aumentando e conseguia sentir o sangue quente escorrendo sobre minha pele. Eu morria e minha mente se projeta no passado, tudo se embaçava e sentia meu corpo leve. Já não sentia dor e o mundo começava a ganhar forma. Estava em um campo verde, a principio não reconhecia o local. -Será que tinha morrido? Enquanto perguntas zumbiam em minha cabeça gritos de crianças romperam o silêncio do campo e cada vez mais as crianças ser tornavam familiares. De repente vi que eu era uma delas. Eu brincava, corria e menino ainda, era feliz e livre. Sem as preocupações de uma vida adulta. Enquanto me divertia nas corridas pelo campo fui levado a outro momento. Desta vez era um adolescente. Estava em uma festa dançando, quando uma garota me chamou, me levou para um lugar quieto e antes de nossos lábios se tocarem me vi adulto, na monotonia do escritório onde trabalhava. Lá eu era um homem preocupado e cansado, mas em um piscar de olhos, os anos se passaram e lá estava eu de férias em um navio, minha mente estava leve, porém meu corpo pesava. Até que minha alma e minhas recordações assumiram novamente meu corpo. Sinto dor. Ouço alguns sons confusos. As imagens se misturavam: o campo verde, a primeira namorada, o dia do casamento, minha filha única, todas as viagens que fiz, alguns amigos e o Sol. O campo, minha filha que canta e o perfume de minha mulher. Paz.

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