Reduplicação

Reduplicação prefixal e sufixal: Há dois casos de reduplicação que são específicos da língua portuguesa: um que a palavra sofre reduplicação sufixal, manifestando intensificação (chororô, bololô e bafafá) e outro que a palavra sofre reduplicação prefixal, em casos onde o nome expressa afetividade em relações de parentesco (papai, mamãe, titio). A reduplicação prefixal só possui seis formas dentro do português, pois as relações de parentesco são limitadas e partem da chamada “Família nuclear”, os casal, para outros membros distantes ligados por laços de consangüinidade. Diante disso, sofrem reduplicação apenas termos que denominam os pais (papai, mamãe), os pais dos pais (vovô, vovó) e os irmãos dos pais (titio, titia). Em todos esses casos o reduplicante fica na forma CV. O processo de formação é o seguinte: A estrutura vazia CV é anexada à esquerda da base e desencadeia um processo de cópia. A ligação é feita através da melodia. No caso da palavra “papai”, a oclusiva liga-se à posição C e a vogal /a/ liga-se a V, sobrando a vogal /y/ que é descartada, levando a formação de papai.
Ex: papai

1) Pega-se a base:

2) Duplica-se a raiz:

3) Apagamento da semivogal /y/:

No caso de ‘avô’ e ‘avó’ a base é primeiro encurtada pra depois sofrer a reduplicação, pois a palavra-base não pode se iniciar por vogal. Diante disso, só é necessário duplicar o afixo. Na reduplicação sufixal, o reduplicante é a cópia dos elementos melódicos da raiz (não mais da palavra, como na prefixal). Em todas as palavras que expressam intensificação por essa estratégia, as vogais da forma resultante são sempre idênticas, formando uma harmonia na melodia vocálica. Diante disso, palavras como choro que apresenta vogal [u] no final, ao sofrer reduplicação pra formar a palavra chororô, sofre uma transformação da vogal [u] para a vogal média fechada [o], havendo harmonia na melodia vocálica das três sílabas. Esse padrão de reduplicação aparece em