Redação

O romance “Vidas Secas” de Graciliano Ramos narra os problemas que uma família enfrenta para sobreviver em condições inóspitas a vida devido a escassez de água no sertão nordestino. Apesar do romance refletir uma realidade do começo do século XX, essa adversidade é atual e já se estendeu para outras regiões brasileiras. Nessa perspectiva, é evidente que a atual gestão desse patrimônio global é problemática, logo devemos atacar as causas que estão tornando-o escasso. O crescimento desenfreado do mundo que usa indiscriminadamente os recursos naturais da terra sem análises de impacto ambiental é um dos principais motivos para a crise hídrica atual. Embora os defensores de uma cultura progressista digam que o crescimento da população é o fator responsável pelo maior uso de água, esses esquecessem que o Relatório de Brandtland usa o termo "desenvolvimento sustentável" para descrever uma plataforma de administração global que visa satisfazer as necessidades atuais, sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Essa nova forma de gestão envolve o uso de novas tecnologias mais eficientes como por exemplo a irrigação por gotejamento e a conscientização das pessoas incentivando-as a reduzir, reutilizar e reciclar. Além do obsoleto modelo de desenvolvimento, outra causa de importância que contribuem para a crise atual é a maneira que se dá a distribuição de água, e isso pode ser comprovado facilmente pelas declarações de especialistas que afirmam que "o problema no semiárido não é a seca, é a cerca” visto que açudes e rios estão concentrados nas terras dos grandes latifundiários locais. De maneira semelhante a crise hídrica da cidade de São Paulo afetou primeiramente os bairros de periferia. Na perspectiva global, é evidente que a água está concentrada nos regiões mais ricas do mundo, pois países em desenvolvimento muitas vezes gastam mais água para sua plataforma de exportação do que para sua própria população. Todas essas considerações deixam evidente que o