Redação

Fobia de agulha
Aos meus 6 anos, passei por uma situação muito desagradável, não sabia bem ao certo o que estava acontecendo, sabia apenas que doía muito.
Era uma quinta-feira chuvosa, sim eu ainda lembro, a noite chegou, todos foram dormir, tudo estava absolutamente normal. Minha mãe me pôs dormir como todos os dias, saiu do quarto, disse boa noite e apagou a luz.
Alguns minutos depois, todos já haviam dormido, acordei. Comecei a sentir uma dor insuportável, pareciam facadas em minhas costas, nunca tive uma sensação tão horrível, nunca me senti tão impotente diante de uma situação. Saí do quarto em desespero, fui para o quarto dos meus pais, me joguei na cama e gritei, mas gritei muito. À princípio meus pais não levaram muito a sério o meu drama todo, porém as horas foram passando e aquela dor persistia muito forte, até que decidiram me levar ao hospital.
No hospital todos me olhavam com caras assustadas, eu gritava muito. Ninguém sabia o que eu tinha, os médicos tinham opiniões distintas e somente os exames poderiam afirmar qualquer coisa. Porém como sabemos exames demoram. A enfermeira aplicou em mim uma injeção para diminuir a dor, me pôs no soro e lá fiquei até o amanhecer, estava sedada, não sentia mais nada, era quase uma sensação de alívio, mas eu sabia que logo o efeito do remédio iria passar e tudo aquilo recomeçaria.
Fiquei internada no hospital por cerca de 4 dias até receber o diagnóstico, eu estava com água no pulmão, meus pais não sabiam o que era isso, não faziam ideia da gravidade do problema, eu menos ainda.
O médico então repassou a minha família duas opções para resolver toda a situação, retirar a água do pulmão com um dreno ou com agulha, o dreno exigia cirurgia e eu teria que ficar no mínimo mais duas semanas internada, então meus pais decidiram optar pelo método mais simples e rápido, a agulha.
Decisão tomada era quase meio-dia. O médico entrou no quarto em que eu estava internada, trouxe uma bandeja com alguns utensílios