Redação
O documentário escrito por Elaine Brum e Débora Diniz, conta a história de Severina e Rosivaldo, casal pobre que viviam no interior de Pernambuco. Eles tiveram seu destino alterado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal. A pernambucana Severina Ferreira estava grávida de três meses, quando descobriu que seu bebê era anencéfalo, ou seja, o mesmo não tinha a formação craniana cerebral formada, reduzindo a sua chance em cem por cento de nascer com vida. Os pais do bebê, ajudados por uma ONG buscaram a legalidade do aborto aos três meses de gestação, enfrentaram toda burocracia administrativa da justiça e da medicina para finalmente conseguirem a autorização do aborto, que dava aos pais o direito de não ver seu filho nascer e morrer no mesmo momento. Essa história foi mudada na internação de Severina para fazer o aborto, ministros do STF invalidaram a autorização da interrupção do feto sem cérebro, baseados na teoria de que somente a falta de cérebro não tornaria o bebê incompatível com a vida.
A tragédia de dar a luz a uma criança sem vida, sentir a dor do parto sem direito de ouvir o choro do filho alterou para sempre a vida dessa simples agricultora de Chã grande, vítima de uma medicina que descrimina os pobres, o faz sofrer dando-lhe tratamento indiferente e frio diante da vida, e de outro lado à insensatez de uma justiça que não respeita a vida humana, o direito dos menos favorecidos, que expõe pessoas de pouca cultura a leis ridículas que não valorizam a dor do homem.
Essa pobre mulher fica mais de trinta horas em trabalho de parto induzido, logo da à luz a uma criança morta com pouco mais de um quilo.
Será mesmo que era preciso forçar Severina a dar á luz a uma criança que não sobreviveria ao parto? Era preciso Severina passar por tamanha tortura psicológica e física?
Essas