Redação

Você, que assistiu ao jogo da Champions League e viu o Real Madrid virar para cima do Manchester City aos 45 do segundo tempo, deve estar pensando: “Que beleza é o futebol! Que esporte fantástico!”
E você está certo. É mesmo um esporte sensacional o futebol.
Imagine você jogando no Santiago Bernabéu lotado; tabelando com Cristiano Ronaldo e recebendo uma grana fodida pra isso? Mas o futebol de verdade é ainda mais mágico que esse futebol.
Há pelo mundo afora um bocado de gente jogando o futebol de verdade; aquele futebol que é um meio termo entre a pelada de rua e o futebol profissional. Esse futebol de verdade é o futebol amador na sentido mais bacana do termo.
E quando você vê o “mimimi” de muito jogador profissional forçando a saída do clube, fazendo charme pra ganhar aumento ou reclamando do banco de reservas; a admiração pelo futebol de verdade só aumenta.
Enquanto uns reclamam, há pessoas como Éderson, goleiro do Arsenal de Nova Serrana que disputava a segunda divisão do campeonato mineiro e se despediu da competição no último domingo, ao perder por 3 x 0 para o Valério.
No segundo tempo da partida, Éderson teve a atenção dividida entre o jogo e os torcedores que, atrás do gol, conversavam com ele. Entre um gol sofrido e outro, o jovem goleiro – uma espécie de Jorge Campos, com seus um e setenta e poucos – respondia com risadas às provocações dos torcedores.
Ao ouvir “Vem pro Valério, Éder!”, abriu um sorriso e respondeu: “Quem me dera! Tô jogando o campeonato todo sem receber!”. E ainda assim, Éderson estava lá, jogando pelo Arsenal – 0 pontos, 6 derrotas, 16 gols contra, 1 a favor – e cumprindo, na medida do possível, seu ofício. Ao final da partida, não pode satisfazer o pedido de um torcedor que queria sua camisa: “Ô, amigo, é a única que eu tenho”.
Éderson não é um grande goleiro, mas é um baita jogador de futebol.