redação
“Só existem dois tipos de textos”, frisava o professor Antonio Sales. “Um é o literário. O outro, o não literário.” Segundo o velho mestre da Universidade de Brasília, ambos começam com letra maiúscula e terminam por ponto. A diferença se dá no conteúdo. O primeiro é recheado de informação. O segundo, de talento.
Dissertação, carta, relatório, e-mail, exposição de motivos – textos exigidos em provas escolares, concursos, vestibular e vida profissional – lidam com informação. Como organizá-la?
Como oferecê-la ao leitor? É o assunto das primeiras lições do livro. Com elas, ideias nebulosas viram recados concretos.
Como chegar lá? O primeiro passo é planejar o texto – definir o tema, o leitor e o objetivo. O segundo, buscar ideias capazes de transmitir a mensagem que você tem na cabeça. O terceiro, escrever. Todo texto tem começo, meio e fim. Todo texto, também, é dividido em parágrafos. Dominar técnicas essenciais para uma comunicação eficaz não é dom divino. É conquista. Vamos começar os treinos?
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LIÇÃO 1
Mandar recados
“A leitura é um vício impune.”
Valery Larbaud
Escrever é mandar recado. Qualquer um. A receita de uma sobremesa é um recado. O convite para a festa de 15 anos é um recado. O horóscopo publicado no jornal é um recado. A prova que você faz na escola é um recado.
Há diferentes jeitos de mandar recados. O pintor usa as cores. O desenhista, o traço. O mímico, o gesto. O escritor, a palavra.
A gente manda e recebe recados todos os dias. A secretária anota a mensagem para o chefe ausente. O médico prescreve o remédio para o enfermo. O professor dá o tema da redação. Você escreve uma carta para a avó distante. Seu coleguinha manda um e-mail para você. É tudo recado.
E a dissertação do vestibular? E a redação do concurso?
É recado. Então por que aquele frio na espinha? Só de pensar nela as mãos ficam geladas. O coração dispara. O suor jorra.
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Esses sintomas têm um nome – medo. Do quê?