Redação
Todas as perguntas dirigidas aos palestrantes eram perguntas de “sala de aula”, sobre o fazer jornalístico. “Como utilizar gráficos?” “Quando utilizar new journalism?” “Como fazer um lide?” À medida que elas foram aparecendo, eu me questionava por que elas estavam ali. Pensava que as perguntas dirigidas a grandes nomes do jornalismo, que palestravam, teriam que ser melhor elaboradas, ou que pelo menos perscrutassem temas discutíveis, como ética, legislação, acesso a informações governamentais, liberdade de imprensa etc. As perguntas de“sala de aula” me surpreenderam. Foi aí que percebi que era a insegurança dos alunos que provocava essas perguntas. Eles têm dúvidas que os professores tiram, mas, ainda inseguros, resolvem perguntar para a personalidade à sua frente, na necessidade de uma confirmação. Um carimbo de veracidade que só tem valor devido à importância que os alunos dão aos grandes jornalistas, mas não aos professores.
Depois do congresso, tentei imaginar os motivos que trariam a insegurança ao aluno e identifiquei os quatro principais: o desafio de escrever, a competitividade da profissão, a necessidade de bênção dos mais velhos e a obrigação de acompanhar o mundo das notícias e das inovações. Comecemos pelo princípio.
Dificuldade da escrita
Desde que o jornalismo é jornalismo, ele quer ser o mais abrangente possível. Para isso, ele se vale da linguagem acessível para atingir todos os públicos, sem distinção léxica ou