Redação dissertativa

Redação Dissertativa: Clareza, Concisão e Consistência 1
Por Sérgio Luís Boeira
As redações dissertativas, voltadas para objetivos científicos e/ou filosóficos, como são as dissertações de mestrado, têm entre suas melhores características a clareza, a concisão e a consistência. Vamos tratar aqui introdutoriamente destas qualidades.
A clareza de um texto refere-se à correção gramatical e à capacidade de evidenciar idéias de maneira lógica, com força própria. O texto claro raramente induz o leitor à releitura em busca de compreensão do sentido de cada frase ou de um parágrafo.
O autor de um texto claro mostra-se capaz de expressar ideias que têm a força do argumento, do pensamento bem articulado, produto de uma reflexão própria. Já o autor de um texto que carece de clareza parece muito dependente de ideias alheias ou pelo menos do estilo de outros autores.
A concisão é outra qualidade necessária às dissertações. Um texto conciso expressa muito em pouco espaço, evitando redundâncias, complicações no estilo. O autor de um texto conciso opta, frequentemente, por frases curtas, com menos de duas linhas cada uma. As frases longas (com mais de duas linhas) devem ser exceções.
Somente autores muito experientes conseguem produzir textos com muitas frases longas e, ainda assim, manter a clareza como uma qualidade forte da dissertação.
Quanto à consistência, cabe observar que é uma qualidade que expressa a densidade ao mesmo tempo lógica e argumentativa. Um texto consistente tem certa solidez, estabilidade, conseguindo, por isso, despertar confiança do leitor. A consistência não é possível sem as qualidades anteriores – da clareza e da concisão. Mas estas, ainda que necessárias, não são suficientes. A consistência é produto de uma compreensão do autor sobre as diversas partes do texto, uma compreensão que se mostra capaz de articular forma e conteúdo. Geralmente a consistência é resultante de tentativas e erros, no processo de passagem de um raciocínio