Redação dissertativa
Nos últimos anos, a política educacional brasileira tem sido um claro reflexo das contradições inerentes a um governo de coalizão que, para sua sustentação, necessita de um amplo apoio no parlamento com flexões que vão da esquerda à centro-direita. Nesse sentido, a União busca avançar com ações que propiciam a ampliação do acesso aos diferentes níveis e modalidades de ensino, ampliam investimento na educação pública, aumentam as vagas nas universidades federais, instituem o piso salarial nacional, tornam o ensino médio como obrigatório, entre outras iniciativas. Mas, ao mesmo tempo, atende aos interesses do setor privado, permitindo a continuidade do processo de ampliação do setor, principalmente na educação superior, de forma desqualificada, não instituindo processos regulatórios eficientes, colocando a supervisão em segundo plano e protelando a aplicação completa de processos de avaliação mais consistentes como o SINAES e permitindo o processo de desnacionalização das IES.
A Educação Superior Privada no Brasil e a luta pela Qualidade da Educação, sua Democratização e por Direitos Trabalhistas e Sindicais. Hoje temos uma grande diversidade de instituições privadas. São universidades, institutos, centros, faculdades, com modalidades de ensino a distância sem qualidade, cursos oferecidos por grupos estrangeiros, ou oferecidos em shoppings, que oferecem formação tecnicista, para a demanda de mercado, sem qualidade ou formação de um ser humano crítico, cidadão.
A desnacionalização do ensino superior avança a longos passos. Uma nova etapa desse processo são as faculdades que passaram a ter suas ações negociadas na bolsa de valores, o que aprofunda a visão da educação como um negócio que precisa gerar lucro rápido, colocado nas mãos de grupos estrangeiros, que, muitas vezes, não têm qualquer ligação com a educação. É a educação se transformando em mais uma mercadoria que está sendo explorada pelo capital.