redacão

Caro Sérgio Rodas Oliveira,
Enquanto lia seu artigo e a opinião do juiz Luiz Souto Maior, não pude deixar de refletir sobre meus pensamentos em relação às greves.
Na realidade, nunca tive uma opinião completamente formada em relação a elas, nunca fui completamente contra ou completamente a favor, creio, sim, que a classe trabalhadora tenha o direito de reivindicar aquilo lhe é devido, por esse ponto, considero-me a favor de greves.
Porém, o que me faz não apoiar contundentemente os movimentos grevistas, é, justamente, o ponto dos direitos. Da mesma forma que os trabalhadores têm o direito de lutar por seus direitos, outras classes de trabalhadores, estudantes etc, têm os seus direitos podados quando alguns setores cruciais entram em greve.
O professor, por exemplo, tem direito a tudo que reivindica, mas, ao mesmo tempo, o estudante tem o direito de ir à escola e ter o professor em sala.
O motorista de ônibus tem direito a um reajuste salarial, mas o próprio estudante que depende de ônibus, ou mesmo o professor, tem direito a um transporte público.
Toda situação tem dois lados.
Chego à conclusão que o discurso do juiz é falho, pois o direito do trabalhador, seja ele de qualquer área, é ser reconhecido, valorizado e não precisar de greve para isso.
Ninguém gosta de fazer greve, elas são desgastantes tanto para quem as faz, tanto para quem sofre as consequências.
A questão das greves em vários setores nacionais não é apenas uma questão dos direitos dos trabalhadores e sim de dever do governo de reconhecê-los e proporcionar-lhes condições dignas de trabalho que é o que não está acontecendo. Atenciosamente