Recuperação
GATEWAY INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MATERIAL ELÉTRICO S/A, após 25 anos de sua criação, alcançou um lugar de destaque no cenário nacional de fabricação de componentes elétricos. No entanto, após a abertura do mercado nacional, com a queda de inúmeras barreiras protecionistas, a competitividade ficou muitíssimo acirrada e a companhia passou a acumular grandes prejuízos nos últimos cinco anos, pois não estava aparelhada tecnologicamente para competir com as multinacionais do setor.
Em razão da crise que se instalou, GATEWAY deixou de honrar inúmeros compromissos, acumulando uma dívida total de R$ 7,3 bilhões, assim divididos: a) Passivo trabalhista de R$ 900 milhões; b) Passivo tributário de R$ 1,6 bilhão, dos quais R$ 1 bilhão com a União, R$ 400 milhões com o Estado de Pernambuco e o restante, com a prefeitura de Porto Alegre; c) Passivo de R$ 1,5 bilhão, representado por cédulas de crédito industrial pignoratícias, em favor de cinco bancos; d) 300 milhões em crédito hipotecário com o Banco Valor Empresarial S/A; e) R$ 3 bilhões em dívidas quirografárias, dos quais 50% estavam em moeda estrangeira.
Diante dessa situação, GATEWAY contratou os serviços de uma conceituada empresa de consultoria, objetivando montar uma estratégia para salvar a empresa. Após alguns meses de intenso trabalho, GATEWAY ajuizou recuperação judicial em 12/08/2007, tendo sido deferido o processamento do pedido em 03/09/2007. No momento oportuno a devedora apresentou seu plano de recuperação, aprovado pelos credores em 10/02/2008 e homologado pelo Juiz em 28/02/2008.
Marcos Lamounier, consumidor que se sentiu prejudicado ao adquirir um produto da GATEWAY, resolveu ingressar com uma ação indenizatória em 17/09/2008.
Em 15/01/2009 os administradores da devedora constataram que o plano aprovado não seria suficiente para reestruturar a empresa, razão pela qual propuseram significativa alteração do plano, que passou pelo crivo dos