Recristalização
Em temperaturas ainda mais elevadas, a difusão atômica aumenta, de tal modo que é possível que novos cristais comecem a se formar nas regiões mais energéticas do sólido. Isto ocorre porque a tensão destas regiões e a alta temperatura fornecem a energia de ativação da recristalização e também porque a estrutura deformada é menos estável e mais energética do que os novos cristais em formação. O gráfico a seguir ilustra a necessidade da energia de ativação para que a recristalização comece, baseado na energia de superfície e de volume dos cristais em formação. Quando o metal é recristalizado, a alta densidade de discordâncias é fortemente reduzida pela nucleação e crescimento de novas fases do material. Este processo elimina completamente os efeitos da deformação plástica.
6.3- Recristalização Primária
Denomina-se recristalização primária o processo de crescimento de novos grãos livres de deformação, a partir de grãos metálicos plasticamente deformados como resultado do trabalho a frio. Os grãos novos são equiaxiais, ou seja, possuem dimensões aproximadamente iguais em todas as direções. Os novos grãos surgem na forma de núcleos muito pequenos, que crescem até substituir completamente o seu material de origem. A recristalização é usada para se produzir uma estrutura de grãos metálicos refinada. O processo depende tanto do tempo quanto da temperatura de recozimento e do grau de encruamento prévio. Dependendo das condições experimentais, é possível que a recristalização de um metal ocorra em poucos segundos ou então nunca se complete totalmente.
Se houver uma pequena deformação, a recristalização talvez não ocorra. Por outro lado, se houver uma deformação bastante severa, aumenta muito a velocidade de nucleação e os grãos serão mais finos no material recristalizado.
Para alguns metais, temperaturas baixas durante a recristalização conduzem a microestruturas com pequeno tamanho de grão, enquanto o aumento da temperatura fortalece o