Recreação e lazer
História da Recreação
Segundo Gomes e Elizalde (2012), a principal abordagem remete, inevitavelmente, aos Estados Unidos. Para compreender a recreação como um fenômeno social/educativo é necessário retroceder ao final do século XIX, quando ocorreu uma ampla difusão do recreacionismo. Essa proposta propiciou a sistematização de conhecimentos e metodologias da intervenção para crianças, jovens e adultos. Esses conhecimentos fundamentam-se na sistemática da recreação dirigida, que fomentou a criação de espaços próprios para a prática de atividades recreativas consideradas saudáveis, higiênicas, moralmente válidas, produtivas e vinculadas à ideologia do progresso.
Ressaltamos que os fundamentos aqui destacados indicam as raízes da recreação institucionalizada, e não a dos divertimentos e das experiências recreacionais que sempre integraram as culturas humanas. É importante esclarecer esse aspecto, porque muitas vezes se observa uma tendência a confundir a história das manifestações culturais lúdicas com a história das propostas de recreação que foram sistematizadas e institucionalizadas nos Estados Unidos.
Baseando-se nos estudos de R. V. Russell, Salazar Salas salienta que a recreação foi constituída nos Estados Unidos a partir de duas frentes que promoviam o jogo para a população infantil e que foram crescendo e envolvendo os governos locais e nacional, assim como pessoas que formaram organizações, buscaram fundos e escreveram textos com o seguinte objetivo:
(...) educar as pessoas a usar positivamente seu tempo livre. A filosofia dessa época era ajudar as pessoas mais necessitadas e sem educação. É por isso que a filosofia e a missão original da recreação estadunidense se centraram em oferecer atividades que enriquecessem e melhorassem a qualidade de vida das pessoas participantes.
Uma dessas frentes foi caracterizada pela criação de Hull Houses, que eram casas comunitárias encarregadas de oferecer diversos serviços sociais: aulas,