Recensão crítica sobre o livro O Aleph de Jorge Luis Borges
Nuno Afonso dos Santos Almeida de Brito, nº33762
Ana Cláudia da Silva, nº 42581
Ficha técnica
Nome do autor: Jorge Luís Borges
Título da obra: O Aleph
Género: Contos
Coleção: Ficções nº 7
Número da edição: 4ª edição
Local de edição e editora: Lisboa, Editorial Estampa
Ano da edição: 1993
Nome do Tradutor: Flávio José Cardoso; Mário Henrique Leiria.
Número de páginas: 190 páginas
«Assim, toda a negligência é deliberada, todo o encontro casual é um encontro combinado, toda a humilhação é uma penitência, todo o fracasso é uma misteriosa vitória, toda a morte é um suicídio.» (Borges,1976:92).
“O Aleph” de Borges
Bisneto de um português, Jorge Luís Borges é, a par de Fernando Pessoa, um dos grandes injustiçados pela academia Sueca que atribui o prémio Nobel da literatura.
Escritor menos anti-realista (defende que não há um só género literário que consiga descrever a realidade tal como ela é) que onírico: em Borges é o sonho, nada de realidade. Ao lê-lo, percebemos que é com gosto que satiriza a própria sátira e, nesse sentido, é um escritor extremamente sínico. Imbuído em existencialismo, «O Homem está condenado a morrer e condenado a ser livre.», e circularidade, em Borges todos os efeitos estão associados a uma causa, todas as causas estão associadas a um efeito. Em Borges, todo o facto e todo o insólito podem ser, ao mesmo tempo, causa e efeito, «(…) não existe facto, por humilde que seja, que não envolva a história universal e a sua infinita concatenação de efeitos e causas.» (Borges,1976:119). Facto e insólito, causa e efeito, estão infinitamente e intimamente encadeados, e é ao jogar com estas afinidades que Borges revela todo o seu domínio sobre o género. O realismo mágico foi criado na América latina no início do séc. XX e inspira-se na