Realismo e Naturalismo
O Realismo em Portugal teve seu início em 1865, uma época em que liberais e representantes da velha monarquia deposta em 1820 travavam várias lutas. Foi um movimento de renovação, uma tentativa de levar Portugal à modernidade, trazendo ao país as ideias filosóficas e científicas que estava em alta na Europa na época.
Características do realismo
Entre as principais características do Realismo português temos: foco em questões sociais e na realidade como ela é, sem distorções, não mais baseada em idealizações desta e opiniões subjetivas sobre esta realidade; descrição de pessoas comuns, com problemas e limitações como todos os seres humanos; foco na vida cotidiana e na denúncia de falsos valores, trazendo uma moral que, possivelmente, é mais eficaz do que a simples condenação de atitudes que existia em movimentos anteriores, uma vez que mostra a origem e as consequências dos valores falidos da época.
Momento Histórico
Desde o início da década de 1865 os estudantes de Coimbra acompanhavam atentamente o que acontecia de novo nos principais centros culturais da Europa. O acesso a essas informações tornou-os mais críticos em relação à literatura da chamada Escola de Lisboa, cuja visão de mundo romântica consideravam ultrapassada. Essas diferentes visões de mundo resultam, em 185, na agitada e polêmica Questão Coimbrã, em que se defrontaram, de um lado, os velhos românticos da Academia de Lisboa e, de outro, os jovens estudantes de Coimbra, seguidores das novas ideias. Naquele ano, Antero de Quental afirmava: "Todavia, quem pensa e sabe hoje na Europa, não é Portugal, não é Lisboa, cuido eu: é Paris, é Londres, é Berlim. Não é a nossa divertida Academia de Ciências que resolve, decompõe, classifica e explica o mundo dos fatos e das ideias. É o Instituto da França, é a Academia Científica de Berlim, são as escolas de filosofia, de história, de matemática, de física, de biologia, de todas as ciências e de todas as artes, em França, Inglaterra, em