realismo em portugal
Com o desenvolvimento das ideias iluministas e a caminhada da sociedade europeia rumo a uma visão cientificista da realidade, dois universos artísticos iniciaram um conflito em Portugal. Na época da publicação das Odes Modernas (1865) por Antero de Quental, dois estilos dominavam o ambiente literário português: em Lisboa, permanecia o velho Romantismo, liderado por Antônio Feliciano de Castilho; em Coimbra, as ideias que logo resultariam no Realismo predominavam e seus produtos mais célebres foram a historiografia de Oliveira Martins, a crítica de Teófilo Braga, o romance de Eça de Queirós e a poesia de Antero de Quental.
Portugal decadente
Após 60 anos de dominação espanhola, os portugueses mergulharam em uma profunda decadência intelectual e econômica. As ideias românticas, vigentes na literatura do país, eram já ultrapassadas pela nova corrente de pensamento que eclodia na Europa do século XIX. O socialismo de Marx e Engels e o evolucionismo de Darwin eram apenas alguns dos postulados ignorados pelos portugueses da época. Em um país que passava por sérias dificuldades financeiras e certa estagnação cultural, surgiram então os realistas, que traziam uma atitude de revolução e modernização do pensamento português.
A briga entre românticos e realistas
Os românticos e os realistas odiavam-se, mas mantinham o respeito. Até que Feliciano de Castilho atacou o grupo de Coimbra, mais particularmente Antero de Quental, por conta das novas ideias que eram insistentemente alardeadas pela juventude coimbrã. Castilho era ignorado completamente pelos jovens de Coimbra, que não viam nele nenhuma liderança. Os alunos de Coimbra queriam revolucionar Portugal e colocar o país, então atrasadíssimo, no ritmo europeu da modernidade.
As disputas entre românticos e realistas são marcadas por importantes acontecimentos como a Questão Coimbrã e as Conferências do Cassino Lisbonense, e os resultados de tal revolução foram novos postulados