Realismo Em Portugal
Desde o início da década de 1860 os estudantes de Coimbra acompanhavam atentamente o que acontecia de novo nos principais centros culturais da Europa. O acesso a essas informações tornou-os mais críticos em relação à literatura da chamada Escola de Lisboa, cuja visão de mundo romântica considerava ultrapassada.
Essas diferentes visões de mundo resultam, em 185, na agitada e polêmica Questão Coimbrã, em que se defrontaram, de um lado, os velhos românticos da Academia de Lisboa e, de outro, os jovens estudantes de Coimbra, seguidores das novas ideias. Naquele ano, Antero de Quental afirmava:
"Todavia, quem pensa e sabe hoje na Europa, não é Portugal, não é Lisboa, cuido eu: é Paris, é Londres, é Berlim. Não é a nossa divertida Academia de Ciências que resolve, decompõe, classifica e explica o mundo dos fatos e das ideias. É o Instituto da França, é a Academia Científica de Berlim, são as escolas de filosofia, de história, de matemática, de física, de biologia, de todas as ciências e de todas as artes, em França, Inglaterra, em Alemanha".
Características do realismo
Entre as principais características do Realismo português temos: foco em questões sociais e na realidade como ela é, sem distorções, não mais baseada em idealizações desta e opiniões subjetivas sobre esta realidade; descrição de pessoas comuns, com problemas e limitações como todos os seres humanos; foco na vida cotidiana e na denúncia de falsos valores, trazendo uma moral que, possivelmente, é mais eficaz do que a simples condenação de atitudes que existia em movimentos anteriores, uma vez que mostra a origem e as consequências dos valores falidos da época.
Naturalismo
Também é possível ver no Realismo uma tendência mais avançada: o Naturalismo, que foi introduzido por Émile Zola e tem base em ideias científicas da época, transformando o homem em um objeto a ser estudado, fruto da realidade que modifica seu caráter de acordo com o ambiente em que vive e que age condicionado