Realidade Carteiro
O que fazem
Em sua rotina, o Carteiro na realização da entrega de correspondências para a população acaba trazendo em sua figura um significado que ultrapassa o seu próprio trabalho. Além de correspondências, ele traz às pessoas, um sentimento de cidadania, de pertencimento e de inclusão social. As pessoas gostam de receber correspondências, pois para muitas delas, principalmente nas comunidades mais humildes, o ato de receber a correspondência tem um valor simbólico de um micro-status no meio social. Para elas, o recebimento de correspondências causa o sentimento de ser lembrado ou de ser alguém, o que traz um sentimento de dignidade, de reconhecimento da cidadania.
Quando o Carteiro transita pelas ruas, no momento em que está realizando sua atividade, muitas pessoas o cumprimentam alegremente, brincam ao receber as correspondências e ao oferecer-lhe água para beber. É muito forte o laço de empatia que se estabelece entre a população e o Carteiro. O que se explica pelo fato de que muitos o reconhecem como uma referência, um espelho do povo brasileiro, um batalhador, alguém que enfrenta adversidades geográficas e a fadiga física para cumprir a valorosa missão de satisfazer as necessidades das pessoas nos quatro cantos do Brasil.
Por muitos anos, o serviço de Carteiro era mais direcionado à entrega de cartas, estabelecendo uma intensa comunicação entre as famílias residentes em bairros, cidades, estados, ou ainda, países diferentes. Hoje, essa atividade absorve também serviços de entrega faturas, boletos bancários, comunicados de concursos públicos, exemplares de revistas e jornais, etc. Então, a figura do Carteiro passou agregar novos valores, a sua presença no seio da comunidade se tornou ainda mais significativa, visto que agora além intercambiar a relação entre pessoas, empresas e instituições, ele contribui para a cidadania representando dialogicamente o sujeito da comunidade e o sujeito da máquina estatal.
A figura do Carteiro é