Real
1
– Katniss! – fui tirada do meu sono aos berros. – Katniss, não!
Eram por volta de duas e meia da manhã quando acordei com os gritos desesperados de Peeta. Assustada, coloquei apenas um roupão sobre a minha camisola e coloquei minhas pantufas.
Ignorando a neve, fui correndo até a casa dele que felizmente ficava em frente. A porta estava destrancada como de costume. Subi as escadas rapidamente.
Encontrei-o agarrado em uma cadeira com os nós dos dedos brancos. Os olhos estavam escurecidos revelando a crise.
Fazia um bom tempo desde que tivera sua última, segundo os médicos do distrito treze, eram alucinações que aconteciam em função do telessequestro, mas passariam com o tempo.
Desde que deixamos o subterrâneo os ataques eram tão pouco frequentes que quase tinha me esquecido. Porém a prova estava diante de mim, ainda não tinham desaparecido.
– Peeta! Por favor, olhe para mim. – disse ficando na frente dele. – Eu estou bem. Estou aqui, por favor, olhe para mim.
Os seus olhos foram lentamente ficando mais claros até voltarem ao azul habitual. Ele soltou a cadeira e caminhou lentamente até a cama. Sentei-me ao lado dele e abracei-o.
– Calma, está tudo bem. Estou aqui com você. – falei.
– Eles estavam tentando te levar. Cenas de tortura, tudo de que pode acontecer com uma pessoa acontecendo com você. - continuava assustado. – Fique aqui. Está nevando de novo, não sei se vou conseguir dormir se você for.
Sabia que ele estava sofrendo, não podia negar. Além disso, praticamente todas as noites no trem eu pedi que ficasse.
– É claro. – me deitei na cama.
Peeta se deitou ao meu lado e passou um braço por cima do meu corpo. Não posso negar que a noite fez bem a mim também. Há muito tempo não tinha um sono tão tranquilo.
2
Acordei com o cheiro de pães de queijo. Deveria estar esperando isso, afinal, desde que ele descobrira que eram meus preferidos, geralmente, ele me mandava alguns.
Desci as escadas e fui até a cozinha, onde encontrei Peeta tirando uma forma de pães do