Analisaremos a partir de agora o capítulo 3 da obra “Raízes do Brasil”, do autor Sérgio Buarque de Holanda. O autor procura, neste capítulo, abordar a estrutura rural da sociedade colonial, o declínio da mesma que se deu a partir de 1850 em função do fim do tráfico escravo, que era sua base de sustentação desde o século XVI. Busca mostrar que, a visão de mundo tradicional entra em conflito com valores modernos, aponta para a incompatibilidade das estruturas nacionais com as práticas mais “industrializantes”. Podemos afirmar que o Brasil Colonial era rural quando observamos que quem detinha o poder nesse período eram senhores rurais donos de terras, donos de escravos, ou seja, mandava quem tinha terra e escravos. A abolição da escravidão significou o fim do poder para os senhores de terra, ou senhores de engenho, como também eram chamados. Em 1850 instaura-se a lei Eusébio proibindo o tráfico de escravo, o que foi o estopim para a diminuição de poder dos senhores de engenho. Muitos senhores rurais eram contra esta abolição, o que resultou numa continuidade do tráfico, mesmo depois de abolido legalmente. O medo do fim do tráfico fez com que aumentasse o número de escravos exportados para o Brasil até 1850. Buarque de Holanda fala que houve um aproveitamento do capital oriundo do tráfico para abrir outro Banco do Brasil. Fala também um pouco das especulações em cima do tráfico e da abertura deste Banco. Para o autor, havia uma incompatibilidade entre as visões do mundo tradicional e o mundo moderno, o que resultou em muitos conflitos. Os senhores de engenho tinham uma estrutura sólida, dentro da sociedade colonial. O engenho era uma organização completa. Nessa época Sérgio Buarque ressalta a enorme incompatibilidade entre o mundo tradicional e o moderno, entre rural e urbano. O Brasil não tinha estrutura econômica, política e social para desenvolver a indústria e o comércio. Os homens do campo que migravam para a cidade eram os mais importantes, os colonos que