Raízes do Brasil
A utilização do termo “raízes” com o intuito de definir o início, assim como a essência, da formação da sociedade brasileira. Sendo assim, Sério Buarque de Holanda traça, numa narrativa historiográfica e interpretativa, a identidade brasileira.
Uso de tipos ideais!
Para que essa análise se inicie de forma coerente é necessário lançar um olhar critico/interpretativo sobre nossa nação “criadora”, ou seja, Portugal. E nos faz questionar até que ponto somos capazes de representar tudo que herdamos dos nossos colonizadores, seja nas formas de convívio, nas instituições ou nas ideias. E aí está o foco principal da obra do dito autor.
Capitulo I:
O fato de termos sido colonizados por uma nação ibérica, sem tantos europeísmos é chave fundamental para traçarmos a análise que Sérgio propõe.
A primeira característica a singularizar as nações ibéricas, mais especificamente Portugal e Espanha, seria a originalidade intrínseca do povo que as compõe. Originalidade essa que os faz atribuir tal valor as virtudes individuais.
A questão da hereditariedade é outro ponto relevante dessas nações, sobre isso o autor reflete que:
“Os privilégios hereditários jamais tiveram influência muito decisiva, pelo menos tão decisiva como nas terras onde criou fundas raízes o feudalismo, não precisaram ser abolidos neles para que se firmasse o principio das competições individuais”.
Há em nós uma frouxidão da estrutura social, e esta não deve ser considerada um fenômeno moderno.
A insipida influência do sistema feudalista e da opulenta organização eclesiástica da Idade Média sobre Portugal resultaria numa nação onde prevaleceria a falta de um sistema hierárquico.
O autor diz que “toda hierarquia funda-se necessariamente em privilégios”, não sendo os lusitanos rigorosos nesse sentido, a própria estrutura de classes seria praticamente inexistente.