Raça e Diversidade: as teorias raciais, uma construção história de finais do século XIX, o contexto brasileiro, da antropóloga, professora da USP, Lilia Schwarcz, versa sobre as diferenças entre os homens, ou mais especificamente sobre a descoberta dessas diferenças. Quando o homem começou a pensar nas diferenças? Se fosse dito que foi apenas no século XIX que se refletiu pela primeira vez sobre a diversidade, estaria deixando passar elementos essenciais para a compreensão da ideia de diversidade que foi transformando-se através do tempo. Com a “descoberta” do Novo Mundo no séc. XVI, a Europa lança seu olhar curioso para esse cenário exótico e para essas “novas gentes” com seus costumes estranhos e difíceis de serem admirados e entendidos pela mentalidade da época. A prática do canibalismo era considerado um ritual bárbaro e gerava repulsa nos europeus. Se podiam achar alguma humanidade na pratica da nudez e da poligamia, isso não acontecia quanto ao canibalismo, o que exemplifica o temor que pairava sobre as ideias acerca do Novo Mundo. Em 1578, no livro Os Canibais, Montaigne tenta entender a prática do canibalismo e reflete sobre por que e como se comia o inimigo. Na Bula Papal de 1587, a Igreja declarou que os homens são iguais perante a Deus. O séc. XVI terminou sem que fossem resolvidas questões sobre a bestialidade ou humanidade desses seres. No séc. XVIII a questão das diferenças é retomada de forma mais sistemática. A interpretação Iluminista, com a Revolução Francesa, nos deixou o lema “Igualdade, liberdade e fraternidade”, naturalizando, assim, a igualdade entre os homens. Ao mesmo tempo surge uma visão mais pessimista e os primeiros modelos de desvalorização da América. No final do séc. XIX tem-se uma burguesia orgulhosa com seus feitos. Ninguém duvidava do progresso e essa ideia vinha junto com o conceito de civilização. A humanidade progredia em etapas e cada grupo fazia parte de diferentes estágios da civilização. Nesse momento havia um grande