Razão e fé
A INTERPRETAÇÃO RACIONAL DO FENÔMENO RELIGIOSO
1- CRÍTICA RACIONALISTA AO FENÔMENO RELIGIOSO:
1.1- Ludwig Feuerbach:
Ludwig Feuerbach, no início dos seus estudos, sentia-se atraído pela teologia, mas decepcionou-se com as muitas divisões do pensamento teológico. Por isso, decidiu enveredar-se pelos caminhos da Filosofia, tomando por base o pensamento hegeliano. Porém, como ocorreu com a teologia, Feuerbach também se decepcionou com a filosofia, pois a filosofia hegeliana procurava fazer uma síntese entre o cristianismo e a filosofia, o que seria impossível já que a filosofia é o argumento para a rejeição da teologia. Então, em 1839, depois de muito distanciar-se do pensamento hegeliano, rompeu definitivamente com as ideias de Hegel. Em 1841, publicou "A essência do cristianismo" com o objetivo de mostrar e comprovar que a religião estava morta e que, no lugar da "religião de Deus", nascia a "religião do homem". O pensamento feurbachiano é baseado no princípio de que a religião é produto do homem, ou seja, o homem cria um ser ilusório, a fim de satisfazer necessidades das quais não consegue se libertar. Deus então, nada mais é do que uma projeção do que o homem deseja ser. O Deus do homem é o próprio homem. Não há diferenciação entre o ser divino e o ser humano, "o objeto da razão é a razão objeto de si mesma; o objeto do sentimento é o sentimento objeto de si mesmo". Incapaz de agregar à sua essência a perfeição, o homem religioso projeta essas qualidades num Ser fictício que denomina Deus. Esta ação, na concepção de Feurbach é completa e pura alienação, que somente será superada quando o homem parar de pensar num Deus transcendente e se voltar para si mesmo. O homem não pode denominar divino e absoluto nenhum outro ser, senão a si próprio. A ideia de Deus é de caráter hipostático: o homem faz a projeção de qualidades positivas que possui numa pessoa divina e, feita dela, uma realidade subsistente. Deus é uma ideia inventada, pelo homem, com o