Raul e a filosofia
Nem todo professor de filosofia gosta de Raul, porém, os "bons" sabem reconhecer a genialidade desse poeta/filósofo, que responde, com ironia, às questões fundamentais em Sócrates, que estava muito preocupado em responder às "coisas", quando Raul, muito influenciado pelo espírito Nietzscheano, responde, também severamente às noções de Razão de E. Kant (com grau de antropologia moderna magnífica/relativista). Além disso, sua poética é inconfundível. Veneravelmente contra-hegemônico -- usa-se do Rock n' Roll, que na sua época já era um produto da burguesia para "alienar", ainda mais, a classe média, misturada com a música Brasileira, que era extremamente subjetiva na época. Quando que Boaventura Souza Santos só vem a teorizar sobre o conceito de Contra-Hegemonia em 2002. Raul era muito criticado pelos puristas da época, que acreditavam numa revolução só com a música brasileira -- que contribuíram muito com essa revolução cultural, é claro --, porém Raul era muito esclarecido a tal ponto de dominar esse sentido de revolução contra-hegemônica muito em voga até hoje.
Na linha dos existencialistas, está no seguimento de Sartre/Nietzsche/Foucault, não necessariamente nessa sequência cronológica. Por isso não é descartada sua genialidade. Além de pensador/filósofo/sociólogo/psicólogo.. aaahh poeta e ator, como ele mesmo se considerava esse último ("eu sou tão bom ator que as pessoas acreditam que sou cantor"), dos cambau de bico.
Ai tem as músicas que se pode dar exemplos: em Eu também vou reclamar, temos "E as perguntas continuam/Sempre as mesmas/Quem eu sou?/Da onde venho?/E aonde vou, dá?" ironizando a filosofia clássica e engessada, ainda socrática.
Nietzsche, no Crespúsculo dos Ídolos (ou como filosofar com o martelo), diz que "Se nós imoralistas fazemos mal à virtude? Tão pouco quanto os anarquistas fazem mal aos príncipes. Somente depois de lhes ter alvejado é que estes se sentam firmemente em seus tronos. Moral: é preciso